WOOD FRAME
Parte 4
Nos artigos anteriores vimos os diversos sistemas construtivos em madeira, mas quais são as reais vantagens do Wood Frame?
- Tempo de execução: rapidez
- Durabilidade da construção
- Possibilitar a pré-fabricação
- É um material renovável, de pouco gasto energético
- Controle da qualidade desde a saída da fábrica
- Construção modular e off-site Porém, como a principal desvantagem ainda pode-se destacar falta de cultura sobre o produto final. Muitos, ainda, acham que uma construção em madeira não tem uma vida útil longa!
VOCÊ SABIA QUE?
Para a produção de 1 tonelada de madeira para a construção civil utiliza-se 1 barril de petróleo, e para a produção 1 tonelada de cimento precisa-se de 5 barris de petróleo, e para 1 tonelada de vidro são 14 barris de petróleo e, por fim para a produção de 1 tonelada de aço precisa-se de 24 barris de petróleo!
Mas, é no contexto de sustentabilidade que surge a corrida mundial pelo edifício de madeira mais alto do planeta. Porque, madeira é um recurso renovável que pode ser reutilizado e reciclado, e seu uso contribui para combater o efeito estufa. Pelo bom desempenho térmico do material madeira, este contribui para um clima interno saudável, regula a umidade e a temperatura, e ainda possui boas propriedades acústicas.
MADEIRA NAS ALTURAS
A cidade de Brumunddal na Noruega, abriga o arranha-céu de madeira mais alto do mundo, o Mjøstårnet (Torre Mjøsa), que foi inaugurado em 2019, com 85,4 metros de altura, o que evidencia as condições de se construir grandes alturas com materiais sustentáveis. Ele tem 18 andares e abriga um hotel, apartamentos, escritórios, um restaurante, além das áreas comuns.
A empresa Moelven, foi a responsável pela instalação da estrutura de madeira do Mjøstårnet, e também pela construção do edifício The Tree (2015), com 14 andares e 49 metros, que até a chegada do edifício Brock Commons (2017), uma residência de estudantes da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, no Canadá, com 18 andares e 53 metros de altura, era o maior arranha-céu do mundo. Mas, que também já foi desbancado pelo edifício HoHo Wien na Áustria com 84 metros (2019), e pelo próprio Mjøstårnet (2019).
E O QUE VEM POR AÍ?
Em 2018, foi divulgado no Japão, pela empresa Sumitomo Forestry Co., em pareceria com o escritório Nikken Sekkei, o projeto do edifício W350, com 344 metros de altura, num sistema híbrido de madeira e aço na proporção 9: 1, capaz de lidar com a alta atividade sísmica de Tóquio, a ser concluído em 2041 em comemoração aos 350 anos da construtora.
MADEIRA ENGENHEIRADA
Tudo isso é possível por conta do uso das chamadas madeiras engenheiradas, como CLT e MLC (leia na edição 40 da Revista da Aetec), aonde a madeira passa por um processo industrializado: as árvores são levadas até fábricas, onde são selecionadas, “defeitos naturais” como nós, fendas e gretas são retirados. E, então, com uso de ligações (colas, adesivos, pregos, etc) as árvores são transformadas em tábuas, lâminas, placas e demais produtos.
E O BRASIL?
O primeiro prédio em Wood Frame no Brasil tem 3 pavimentos, e foi construído em 2016, na cidade de Araucária no Paraná pela construtora Tecverde, através de financiado pela Caixa Econômica Federal, e destinado ao antigo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
O sistema construtivo utilizado, foi o sistema de painéis sanduiche, o qual atende às normas brasileiras quanto ao desempenho estrutural, prevenção de incêndio, impermeabilização e, conforto termo-acústico. Esse sistema foi certificado pelas normas NBR 155575 e DATec 020, baseado na Diretriz Sinat 005, pois as construções em Wood Frame ainda não possuem normas específicas em vigor até o momento.
E assim, encerro esta série de artigos sobre madeira, mas para os colegas que ficaram com um sentimento de “quero mais”, assistam no YOUTUBE a palestra sobre Patologias em Wood Frame do dia 24 de março da AETEC!
Se você quiser ler os artigos WOOD FRAME anteriores, acesse: www.aetec.org.br e entre no arquivo REVISTAS AETEC nº 40 – 39 e 38.
Cíntia Monteiro. Arquiteta e Urbanista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Habitação pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
Docente nos cursos de graduação e pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo, Design de Interiores, Engenharia Civil e de Produção.
Matéria da revista AETEC nº 41 edição
Boa leitura!
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