LOGÍSTICA, MUITO MAIS QUE TRANSPORTES

Alvaro Fagundes Jr. e João Salles Neto

A Logística da maneira como a conhecemos é relativamente recente nas empresas. No Brasil a adoção do termo Logística se iniciou na década de 80, onde havia a Gerência de Transportes que era responsável pela movimentação de insumos (matéria-prima, componentes, embalagens e etc.) e de produtos acabados, a Gerência de Materiais cuidando dos estoques e compras e a Logística da Produção exercida internamente pelas fábricas, entende-se neste último como abastecimento das linhas de produção.

Não é de se estranhar, portanto, que o termo Logística esteja ainda associado às atividades de transportes, pois foi desta maneira que o termo foi introduzido no ambiente empresarial.

A fusão dessas atividades, permitiu o planejamento e execução integrada dessas funções e fez surgir o conceito de Gestão de Cadeia de Suprimentos – Supply Chain Management – que é recente e vem se desenvolvendo de maneira acelerada com a evolução da tecnologia, na chamada Logística 4.0.

Uma boa estratégia logística inclui decisões considerando fatores como: Transportes, Administração de Estoques, Suprimentos, Planejamento de Produção, Distribuição – e ultimamente um novo aspecto tem ganhado relevância, que é análise tributária, gerando uma nova rubrica, a da Logística Fiscal que afeta significativamente o Custo Logístico Total e passa a ser preponderante na geração de resultado das empresas.

TRANSPORTES

 As decisões estratégicas de transporte se iniciam pela definição do modal a ser utilizado: rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário.

A seleção do melhor modal ocorre em função de alguns critérios técnicos, onde nem sempre o menor custo é predominante.

Vejamos, por exemplo, o transporte de celulares em períodos de lançamento de um novo modelo. O transporte feito de um continente ao outro através do transporte marítimo terá um custo muito menor se comparado ao transporte porte aéreo, porém o tempo para transporte em um navio é muito maior se comparado ao transporte aéreo. A opção pelo transporte marítimo pode inviabilizar o efeito surpresa, tendo em vista que os celulares possuem tecnologias altamente descartáveis.

No Brasil o modal mais utilizado é o rodoviário, como se observa no gráfico abaixo:

O Transporte representa 60% do custo logístico, porém as decisões estratégicas não devem se limitar apenas a ele, mas deve levar em consideração todos os aspectos do negócio como previsão de demanda e planejamento de estoques, por exemplo.

O varejo é um caso clássico: o Transporte garante a chegada dos produtos nas prateleiras, entretanto o tempo certo, a quantidade certa só serão asseguradas através de um planejamento completo e integrado.

Definitivamente: Logística é muito mais que transporte, porém sem transporte não existe logística.

Alvaro Fagundes Jr. Engenheiro, Consultor Empresarial, Especializado em Logística e Transportes Nacionais e Internacionais, Gestão Estratégica Comercial, Treinamento de equipes Comerciais e Operacionais e Palestrante. linkedin.com/in/alvaro-fagundes-jrJoão Salles Neto. Engenheiro, Consultor Empresarial, Professor Universitário, Palestrante, Especialista em Economia Circular e membro da AETEC. linkedin.com/in/jsallesneto Ambos são membros do GELOG (Grupo de Excelência em Gestão da Logística e da Cadeia de Suprimentos) que é uma iniciativa CRA/SP para difusão do conhecimento e práticas existentes nos negócios desenvolvidos em nosso país.

Matéria da revista AETEC nº30 edição.

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Boa leitura!