LIÇÕES APRENDIDAS OU NEM TANTO?

Estudos mostram que a taxa de aprendizagem é mais eficiente na medida em que haja mais envolvimento pessoal numa determinada experiência vivida, ou seja, se você ouviu ou leu a respeito de alguma experiência ruim em função de um erro ou uma falha cometida por outra pessoa, organização ou departamento, você absorverá algo entre 5 a 10% desta aprendizagem. Portanto, você corre o risco de cometer o mesmo erro ou falha pois, de fato, você não reteve o aprendizado.

Por outro lado, se você é quem cometeu estes mesmos erros ou falhas, você terá uma taxa de aprendizagem entre 75 e 90%. O ser humano aprende mais realizando algo do que somente ouvindo, lendo ou assistindo o que os outros lhe transmitem.

Organizações investem muito tempo e dinheiro em desenvolver e implementar seus processos e ferramentas sejam eles de gestão de projetos, programas ou portfólios e, outros tantos na capacitação e reciclagem de seus colaboradores.

Com certeza em algum processo organizacional foram considerados meios de identificação, coleta, avaliação, retenção e divulgação das experiências boas e ruins ocorridas em projetos anteriores, e, como aplicá-las na prática. Mas será que a história que reflete a vivência e experiência das organizações realmente está sendo aprendida por todos? Ou será que acabam por ficarem somente na cabeça daqueles que as vivenciaram tornando-os “arquivos vivos”?

A que poderíamos atribuir isso?

  • Culpa dos processos por serem mal escritos ou implementados?
  • Seria uma questão de baixo nível de engajamento pura e simples dos colaboradores em relação aos processos organizacionais?
  • Falta de disciplina daqueles que deveriam manter estas práticas vivas?
  • Puro egoísmo de alguns em não dividir seus conhecimentos?

Seja qual motivo for, está na hora das organizações e profissionais de gerenciamento de projetos acordarem para a realidade de que suas histórias estão se perdendo ou pouco contribuindo para um real aprendizado, influenciando no desempenho e na criação da maturidade e experiência em projetos!

Mesmo aquelas organizações que de alguma forma tem em seus processos a preocupação em tratar essas informações de forma apropriada, ainda podemos questionar o quanto realmente está sendo colocado em prática as ações provenientes destas lições aprendidas, ou seja, não adianta de nada conseguir coletar e divulgar estas experiências e não as colocar em prática!

Temos visto que muitas empresas que não conseguem conectar a teoria na prática ou vemos profissionais partirem de forma individual e isolada colocarem em prática ações que nem se quer foram discutidas na fase de aprendizagem e, o pior de todos, temos vistos outros tantos nem aplicando ação nenhuma para que uma lição aprendida no passado seja evitada ou melhorada no futuro!

Daí é que dizemos que talvez as lições aprendidas, ou parte delas, sejam somente observadas e não aprendidas!

Até a próxima!!!!

Rogério Sagliocco. Tecnólogo em Mecânica com especialização em Processos de Soldagem pela Unesp, pós graduado em Gerenciamento de Projetos pela Escola Politécnica-USP.

Matéria da revista AETEC 34º edição.

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