COVID19, PERIGO REAL MAS, E A POLUIÇÃO?

Sim, de fato estamos há mais de ano em meio a pandemia que nos obriga, entre outros importantes cuidados, a usar máscaras de proteção desde quando saímos de casa, do apartamento, ao entrar no elevador, ao circular nas áreas comuns e, enfim, em toda área pública e nos ambientes que frequentamos. Acontece que, além do agente biológico, outros elementos danosos podem nos afetar em médio/ longo prazo, sem nos darmos conta. Além disto, cada vez mais temos de nos mobilizar e nos conscientizar sobre nosso comportamento quanto a consumo e descarte de produtos e substâncias no meio ambiente. Somos agentes e pacientes da poluição! Além do risco biológico causado pela pandemia, vamos refletir sobre os outros riscos causados pela poluição e como podemos tanto colaborar para sua redução/eliminação como também nos proteger?

Poluição sonora

É sabido que nas grandes cidades, principalmente, há um crescente aumento dos índices de ruído. Segundo especialistas, a partir de 85 dB há o risco de gradativamente se perder a capacidade auditiva, sem contar com a irritabilidade que sempre vem associada à exposição ao som e ao ruído excessivo. • Se você é “agente” desta poluição, porque não tomar alguma providência em sua casa, seu condomínio ou seu trabalho para reduzir ou eliminar fontes de ruído? Às vezes soluções simples trazem redução significativa do ruído. Redução do volume de TV, rádio, computador, confinamento de máquinas e equipamentos, manutenção e lubrificação de máquinas, instalação de anteparos, distanciamento de fontes de ruído etc. Use a criatividade! • Se você é “paciente” desta poluição, procure se afastar ao máximo da fonte de ruído (a intensidade sonora diminui com o quadrado da distância entre a fonte e o observador). Caso isto não seja possível, é importante o uso de EPI (equipamento de proteção individual) de proteção auditiva (plugues de inserção ou abafadores de ruído). No Brasil, os EPIs para proteção individual possuem certificado denominado CA, que indica o NRRsf (nível de redução de ruido), que é a quantidade de decibéis que é atenuado: em um ambiente com 95 dB de ruído, um EPI de NRRsf de 20dB faz com que o usuário receba 75dB, nível aceitável.

Poluição das águas e solos

Os mares, rios, lagos e reservatórios, que devemos reverenciar como a preciosidade para a sobrevivência humana e o solo de onde tiramos nosso alimento. • Se você é (às vezes, sem se dar conta) “agente”: sabia que uma singela garrafinha de óleo de cozinha que compramos no supermercado contamina uma fileira de 25 caixas d’água de 1.000 litros? “Óleo e água não se misturam” – este dito popular ocorre mesmo – o óleo se espalha pela água, o que explica o enorme volume conta[1]minado causando morte de espécies aquáticas e no caso das instalações de água, formação dos temidos entupi[1]mentos nas tubulações. Assim, os custos de manutenção e tratamento também aumentam. A providência a se tomar é acumular o óleo de cozinha usado em garrafas pet e levá-lo aos postos de reciclagem que dão um destino adequado ao material e evitam sérios problemas para sua casa e ao meio ambiente. Existem empresas que disponibilizam recipientes onde os moradores descartam o óleo de cozinha usado. Uma vez cheios, estes recipientes são trocados por recipientes vazios e o óleo coletado é transformado, por exemplo, em biodiesel. • Se você é “paciente”: procure colaborar para o fomento do reuso de água, acumulando água de chuva ou de fontes naturais de forma sustentável, reciclagem da “água cinza”, que são as águas provenientes do uso de chuveiros, lavatórios de banheiro, tanques e máquinas de lavar roupa. Existem hoje empresas que instalam sistemas de recuperação destas águas cinzas em condomínios, proporcionando seu reuso para descargas, por exemplo. Águas cinzas cor[1]respondem de 50 a 80% do consumo doméstico!

Ainda: colaborar para o correto descarte de rejeitos e lixo, pois o lixo doméstico, industrial e até hospitalar mal descartado irá desembocar nos lagos, mananciais, rios e mares, estendendo-se ao solo e afetando a saúde de populações inteiras.

Poluição Visual

Não só o excesso de estímulos visuais a que estamos sujeitos diariamente nos causa irritação e desvio de atenção mas também radiações adversas, principalmente o UV (Ultravioleta) e a Radiação Visível de Alta Energia, HEV, ou “Luz Azul”, proveniente de fontes de luz LED (telas, faróis, lâmpadas etc.) • Se você é “agente”: Pequenas atitudes podem auxiliar não só para sua saúde como seu bem-estar: Muitos dispositivos eletrônicos permitem que se configure a tela para a posição “redução da luz azul”. Observe também em sua casa e nas áreas de circulação de seu condomínio ou de sua comunidade se não é possível reduzir a emissão de luz direta aos olhos. Em particular para ambientes onde se espera relaxamento, o uso de lâmpada de coloração amarela, se possível, com emissão da luz na forma indireta (luz rebatida no teto ou parede), proporciona conforto e proteção. • Se você é “paciente”: No caso de telas que não permitem filtrar a luz azul ou de lâmpadas e faróis cuja luz branca pode ter componente de luz azul, utilizar óculos comuns ou de segurança homologados com filtro para o azul.

Carlos Reganatti. Engenheiro Eletricista e Administrador. Foi síndico e conselheiro de seu condomínio por diversas oportunidades. Foto: Pixabay, Sergei Tokmakov c.reganati@uol.com.br

Matéria da revista AETEC nº36 edição.

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