INTERNET DAS COISAS E O ADVENTO DAS SMART CITIES

A economia global vem vivenciando nos últimos anos mudanças movidas por tecnologias que prometem dar início a uma nova etapa da revolução industrial.

No cerne dessa transformação está a chamada Internet das Coisas (do inglês Internet of Things, ou “IoT”), cuja estrutura de funcionamento se baseia na organização de “coisas físicas” em novas categorias de sistema de informação.

Chamados de sistemas cyberfísicos, ou seja, compostos de softwares e hardwares, a internet das coisas funciona através da inserção de sensores e atuadores em objetos físicos que então são conectados por meio de redes com e sem fio, via protocolos da Internet.

Esses sistemas trazem inteligência nas decisões, racionalidade ao planejamento e consequentes diminuições de custos ás operações, e estão sendo implantados com sucesso nas mais diversas áreas da indústria, do comércio e da saúde.

Para explicar de forma detalhada o funcionamento e os itens que compõem sistemas Iot, utilizarei dois exemplos de sua utilização na gestão urbana, nomeadamente na identificação de pontos de alagamento e na manutenção da iluminação pública.

  •  Sensores para a captura de dados do ambiente (como por exemplo sensores ultrassônicos para a medição de distância, ou sensores de luminosidade) são embutidos em objetos físicos urbanos, nesse caso, bocas de lobo e postes de iluminação pública;
  • Esses sensores passam a capturar e enviar os dados para gateways centralizadores conectados a internet, que nada mais são que microcomputadores de baixíssimo custo e alto poder de processamento. Como exemplo de dados capturados, podemos citar a distância existente entre as paredes internas das bocas de lobo e a luminosidade emitida pelos postes da cidade.
  •  Um algoritmo define quais são os parâmetros de funcionamento dos atuadores, ou seja, em que situações lógicas eles devem dar início a uma ação. Assim, pode-se definir que caso o sensor ultrassônico detecte uma diminuição da distância entre as paredes da boca de lobo, emita-se uma marcação indicando que a mesma está entupida, ou que, caso a luminosidade emitida por um poste esteja abaixo do padrão estipulado para determinado horário, a lâmpada apresenta mal funcionamento ou está queimada.
  • O gateway recebe essas informações e as transfere para uma mapa na nuvem (como o Google Maps, por exemplo), que indicará de forma automatizada e em tempo real a localização dos bueiros entupidos e das lâmpadas queimadas na área de determinado município.

Dessa forma, as equipes responsáveis pela manutenção urbana, passam a ter a indicação georeferenciada dos locais a serem verificados na palma da mão, na tela do tablete ou do celular.

Sistemas IoT como esses vem aumentando, e são a base do conceito denominado “Cidades Inteligentes” ou “Smart Cities”, onde novas tecnologias mobile, de análise de dados e de aplicações web, são utilizadas para melhor administrar o bem público, auxiliando na atenuação dos impactos causados pela pobreza e por desastres naturais.

Espera-se, nos próximos anos, uma diminuição acelerada dos custos de implantação dessas tecnologias, abrindo caminhos para abordagens da gestão pública que sejam fincadas no uso massivo de dados, levando a melhorias dos processos de tomada de decisão ligadas a manutenção da estrutura urbana, com claros desdobramentos à qualidade de vida dos cidadãos.

João Guilherme Camargo dos Santos.

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