INSTITUTO INHOTIM
Mariana Meneghisso

Fui, pela primeira vez, visitar o Instituto INHOTIM, a poucos quilômetros de Belo Horizonte, na cidade de Brumadinho. O espaço é deslumbrante.
Um complexo cultural de arte contemporânea, um dos maiores do mundo; o local é um laboratório imersivo de sensações, experiências e muito bem-estar.

Desde 2006, o local é um projeto do empresário Bernardo Paz, criado para desenvolver a região. Sem fins lucrativos, a instituição gera incentivo cultural, artístico e educativo, como também a RESPONSABILIDADE AMBIENTAL. Com mais de 2 milhões de visitantes do mundo todo.

O instituto possui uma extensa área de 140 hectares, sendo 97 deles de mata atlântica preservada. Além deste ambiente natural, possui cerca de 40 obras em exposição ao ar livre, criando um DIÁLOGO ENTRE A ARTE E A NATUREZA. Dividido em cinco grandes galerias, o espaço se estende por uma série de pavilhões interconectados, cada um com exposições individuais.

As obras expostas em Inhotim incluem trabalhos de artistas como Cildo Meireles, Tunga, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Miguel Rio Branco, entre outros. O instituto abriga também exposições temporárias, que incluem artistas de renome internacional, como a polonesa Monika Sosnowska.

A exposição na Galeria Claudia Andujar o acervo tem 400 obras da fotógrafa suíça radicada no Brasil, que de 1950 a 2010 fez registros do universo Yanomami, dividida em três módulos expositivos – A TERRA; O HOMEM; E O CONFLITO.

Em 2019, o espaço recebeu a instalação Yano-a, da artista, em parceria com a dupla Gisela Motta e Leandro Lima, que toma como ponto de partida uma fotografia feita por Andujar nos anos de 1970. Em referência ao revestimento de tijolos que cobre a estrutura, os Yanomami, na época de sua abertura, a nomearam de Maxita Yano (casa de terra). É tocante. Uma das minhas favoritas.

Outra favorita pessoal é a obra de Doug Aitken, chamada de Sonic Pavilion, uma construção em aço e vidro, tendo em seu centro um poço tubular de 202 metros de profundidade onde, com instrumentos de amplificação sonora conseguimos ouvir os SONS DA TERRA, além do efeito ótico de películas de vidro na estrutura circular de uma espécie de mirante que permite vermos a paisagem nítida e difusa de acordo com o ângulo.

Mas vá e escolha seus favoritos. Na terra do pão de queijo e seu delicioso sotaque, de gente acolhedora demais, dizem que a origem do nome veio do dono da mineradora que ficava no local do atual instituto, chamava-se Timothy. O “Senhor Tim” virou “NHÔ TIM” e, daí, foi um pulo para o mineirês dar origem ao “Inhotim”.

Para que as obras sejam adequadamente preservadas, o Instituto Inhotim investe em pesquisa e tecnologia na conservação da ARTE CONTEMPORÂNEA. O instituto possui uma equipe técnica capacitada: arquitetos, museólogos, conservadores e restauradores, que têm como objetivo garantir a conservação do patrimônio artístico e cultural.

O instituto patrocina palestras, concertos, oficinas, palestras e sessões de cinema. Promove atividades educativas para estudantes: ações mediadas, visitas orientadas e parcerias com escolas públicas. Além do programa para a comunidade local com projetos que possibilitam o desenvolvimento sócio econômico da população mais carente da região.

Os ingressos são vendidos pela internet, também com a opção de comprar com acesso aos carrinhos elétricos que transitam pelas rotas das esculturas. Compre. Vale a pena, porque o local é enorme, e tem trechos íngremes.

No parque, dois restaurantes, imersos no paisagismo, com preços justos para uma comida mineira muito boa. Tem pequenos cafés para um lanchinho em vários pontos. Muito convidativo, farto, de muito bom gosto, sem ser sofisticado.

Aliás, o projeto de paisagismo de Luiz Carlos Orsini é de extremo bom gosto e competência, possui o título de JARDIM BOTÂNICO, com mais de 5.000 espécies raras de todo o mundo. Uma referência mundial em paisagismo tropical contemporâneo.

Para conhecer todo o acervo, recomendo, ao menos, dois dias de passeio por lá.

Roupas e sapato confortáveis, chapéu, protetor solar, repelente, câmera, mente aberta e vontade de sorrir… acessórios indispensáveis. Ah, leve uma troca de roupa de banho, sim, mais de uma das obras de arte são piscinas e possíveis de entrar na água e se divertir, como a obra PISCINA, de Jorge Macchi e o Cosmococas 1-5, de Hélio Oiticica.

A viagem vale muito a pena, vá e se permita viver NOVAS EXPERIÊNCIAS E SENSAÇÕES enquanto em contato com cultura e aprendizado. Vou voltar, porque sai com vontade de ficar.

Mariana Meneghisso. Arquiteta Urbanista pela Fac. de Belas Artes de São Paulo, Design de Interiores pela Escola Panamericana de Artes, Pós Graduada em Responsabilidade Civil pela Fecaf, Pós Graduada em Neuroarquitetura pelo Ipog. Especialista em Perceptual Design
pelo Instituto Politécnico de Milão.
Titular, há 17 anos, do escritório Meneghisso e Pasquotto Arquitetura

Matéria da revista AETEC nº48 edição.

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