CONSTRUÇÃO SUSTENTAVEL: MODISMO OU TENDÊNCIA?
Modismo surge e desaparece em um curto período de tempo. Já a tendência e duradoura, causa impacto econômico, social e politico, além de revelar como será o futuro, sendo o ponto de partida para oportunidades e grandes mudanças (Kotler e Keller).
A construção civil consome boa parte dos recursos naturais, 20% da agua nas cidades e gera 80 milhões de toneladas/ano de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais do planeta (dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável). Entretanto, nossa existência e desenvolvimento dependem dos ambientes construídos e nossa Mae Terra não e capaz de continuar suprindo tal demanda. Portanto, como arquitetos, engenheiros e habitantes do mundo, temos a responsabilidade de mudar esse quadro.
Como resposta a essa problemática, as construções sustentáveis surgiram no final da década de 80, para assegurar o desempenho da edificação, como uma solução para deixar de impactar negativamente ao meio ambiente. No Brasil, muitos profissionais, construtoras e empresas fornecedoras de materiais e produtos para a indústria da construção civil tem aderido gradativamente a essa tendência.
O processo de construção de edifícios sustentáveis envolve o projeto, construção, manutenção e demolição. Preocupa-se inicialmente com a escolha do terreno, além da implantação e orientação solar, decisão por sistemas e tecnologias mais eficazes, escolha de materiais ambientalmente preferíveis, redução de resíduos durante as atividades de construção e em sua operação, promove economia financeira por apresentar um alto desempenho energético e hídrico.
A certificação ou selo ambiental de uma construção sustentável e um instrumento importante que parametriza as estratégias adotadas no projeto. Essa e uma tendência que veio para ficar: já faz parte da cultura projetual de muitos países e já e uma realidade no Brasil.
A Passarela Verde da Eusebio Matoso e um exemplo de sustentabilidade que podemos aplicar ate em uma simples travessia. Este caminho, por onde passam 5.000 paulistanos diariamente, deixou de ser uma simples armação de concreto para ter um canteiro de plantas no telhado de bambu das rampas, piso emborrachado aproveitado de pneus reciclados. As plantas no teto ajudam a reter a poluição e amenizar o calor. Grandes painéis de garrafas PET informam sobre materiais utilizados na construção, obra de parceria entre a Construtora Fakiani e a Prefeitura de Pinheiros, tornando-se referencia de obra sustentável.
Complementando, as praças vizinhas – Eugenio Boudin e Antônio Sabino – uma de cada lado, revitalizadas também, com destaque para a TV que veicula programas com dicas ecológicas, tendo a energia recebida de projeto solar fotovoltaico.
Cinthia Kawano – Sócia Proprietária e Gestora de Projetos Sustentáveis no Studio MINK’A Arquitetura. Arquiteta e Urbanista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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