A Revolução do Design de Interiores

 A Associação Brasileira de Designers de Interiores
– ABD, com mais de 40 anos de história, a partir de 2013 viu-se diante de uma inusitada missão: defender a legalidade das atividades dos designers de interiores.
O enfrentamento público assumido pela ABD não só resultou no marco legal da profissão, com a sanção da Lei nº 13.369 de 2016, como também fez com que os designers de interiores conquistassem reconhecimento da sociedade, das instituições públicas, e o protagonismo no mercado de interiores.

Os desdobramentos da ação institucional e governa[1]mental da ABD desfez aquela velha confusão do design de interiores com a decoração, atividade esta que é desempenhada por pessoas sem formação específica e reconhecidas pelo bom gosto. Notadamente, a parceria institucional da ABD com a Associação Brasileira de Engenheiros Civis – ABENC Nacional, e o processo de entrada dos designers de interiores no Sistema CONFEA/CREA, é a consolidação do design de interiores como profissão especializada, cujas atividades necessitam de capacitação para serem desempenhadas.

Para trabalhar como designer de interiores é preciso conhecimento técnico em acessibilidade, segurança na especificação de materiais, ergonomia, luminotécnica, normas regulamentadoras da construção civil, normas sanitárias de ambientes comerciais como clínicas, hospitais, restaurantes etc.

Embora a lei especifique os limites da atividade de design de interiores, é preciso saber que a linha tênue que separa a atuação do designer de interiores das atividades privativas de outras profissões regulamentadas só é compreendida com clareza pelo profissional com formação específica na área. Um leigo que se aventure na atividade de design de interiores não possui formação para identificar os elementos estruturais de uma edificação, muito menos conhecimento técnico para adequar as normas regulamentadoras da construção civil ao projeto.

 A EFETIVIDADE DA REGULAMENTAÇÃO

A entrada dos designers de interiores no Sistema CONFEA/CREA consolidará a regulamentação da profissão prevista na Lei 13.369/2016, garantindo segurança jurídica para o exercício profissional pleno. Eventuais ataques institucionais com intenção clara de reserva de mercado estarão sob a tutela protetiva do Crea. Além disto, as intervenções nos espaços edificados necessitam de documento emitido por conselho que chancele as competências do profissional que esteja executando alguma atividade.

No Crea, este documento é conhecido por Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Sem a ART, é compreensível que síndicos e administradores não permitam intervenções nas edificações, sejam estruturais ou não. É por meio da ART que se comprova capacitação técnica e se garante a responsabilização do profissional por quaisquer danos decorrentes de suas atividades. Sem esses documentos de fé pública que atestam competências, não há como garantir a segurança da sociedade, uma vez que os prepostos de edifícios não possuem expertise para avaliar atribuições na área da construção civil. Ademais, ao emitir a ART, o designer de interiores passará a contar com o registro autoral de seus projetos e com a Certidão de Acervo Técnico – CAT, que é o documento expedido pelo Crea que permite ao profissional a comprovação de sua experiência técnica.

O FUTURO CHEGOU!

Conceitualmente, a palavra Design pode ser compreendida como a concretização de uma ideia em forma de projetos e modelos. Esse termo é comumente utilizado na nomenclatura de profissões disruptivas: as novas especialidades, que pela excelência, qualidade e inovação, revolucionam atividades tradicionais.

A centralização de processos e atividades em apenas uma área de conhecimento ficou no passado. O profissional do século XXI precisa, para além das capacidades adquiridas na formação, compreender a complexidade de outras atividades profissionais e as intersecções de conhecimentos, e ser capaz de trabalhar em equipes multidisciplinares com foco na excelência do projeto e da execução.

O avanço tecnológico das últimas décadas expandiu as áreas de conhecimento. As relações comerciais estão mais dinâmicas e o mercado, cada vez mais exigente, demanda inovações das atividades profissionais especializadas. Diante desse cenário, a parceria entre designers e engenheiros urge para impulsionar o mercado de interiores e proporcionar novas possibilidades de atuação.

Silvana Carminati Heckman. Presidente da Associação Brasileira de Designers de Interiores – ABD

Matéria da revista AETEC nº 37 edição.

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