A importância da logística

Diversos estudos demonstram que a logística sempre esteve presente no dia a dia das atividades humanas, sejam pelas construções das pirâmides no Egito que demandou a movimentação de pedras com peso médio de 2,5 toneladas há cerca de 4.500 anos, seja pelo dia imortalizado como o “dia D” data essa que ocorreu, possivelmente, o maior movimento logístico já conhecido na história e marcou a data 06 de junho como o dia da logística. Essa data, no ano de 1944, foi marcada pelo desembarque de mais de 24 mil soldados das forças aliadas na Europa, ao término da II Guerra Mundial. Além do dia D, a II Guerra Mundial possibilitou importantes mudanças na relação entre países, empresas e pessoas, através da realização de negócios com países cuja distâncias até então impossibilitavam as atividades comerciais, ou ao distanciamento tecnológico. Coube à logística tornar possível estes negócios e assim trilhar o caminho que aproximou pessoas e produtos.

Isto significa ser a logística que possibilita a uma empresa, município, estado ou mesmo país aumentar sua capacidade produtiva, contribuir com a geração e distribuição de renda, integração das micro e macrorregiões e o acesso à população de produtos manufaturados em diferentes localidades até suas residências.

Recorrendo a Ronald Ballou, que é um reconhecido e respeitado autor e pesquisador da área, ele afirma que a logística estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. Ainda segundo Ballou a logística trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

Sendo assim, planejamentos, operações, setores, pessoas entre outros recursos estão inseridos nas atividades da logística, entre eles os transportes de material que podem ser desdobradas em interno ou externo.

O transporte de material interno é referente às movimentações ocorridas dentro da organização, através de equipamentos de diversos portes, por exemplo: empilhadeiras, carrinhos hidráulicos, tratores, ponte rolantes, esteiras entre outros.

O transporte externo são as movimentações de entrada e/ou saída de material da organização, quando o fornecedor em outro ponto da cidade, estado ou em outro país entrega a mercadoria, ou então, quando a organização realizar a expedição dos produtos vendidos e realiza a entrega na sua praça de atuação. Para realizar essas movimentações, vários meios de transporte são utilizados como rodoviários, aéreo, marítimo, ferroviário, fluvial e dutoviário.

A logística foi, é, e continuará sendo fundamental para o desenvolvimento econômico, social e sustentável. Um estudo realizado pela University Tennessee nos Estados Unidos no último ano denominado “Future trends shaping transportation” indica os desafios e oportunidades para os próximos anos em logística.

De acordo com esse estudo a tecnologia será fundamental para alterar radicalmente os tradicionais processos de logística; que são fundamentais para o planejamento, fornecimento, produção, e distribuição, mas ainda precisam integrar totalmente uma série de ferramentas e tecnologias que pode melhorar o desempenho das atividades de transporte interno e externo por exemplo.

Steensma (1996) afirma que a tecnologia é “um corpo de conhecimentos, ferramentas e técnicas, derivados da ciência e da experiência prática, que é usado no desenvolvimento, projeto, produção, aplicação de produtos, processos, sistemas e serviços” em outras palavras, tecnologia é o conjunto de conhecimentos que permitem modificar objetos e ambientes para melhorar o atendimento as necessidades e desejos humanos, transformando conhecimento em aplicação útil. Tecnologia é uma palavra oriunda do Grego e ao recorrer a sua etimologia, ela é formada por tekne (τεχνη) que significa arte, técnica ou ofício e formada por logos (λογος) que expressa conjunto de saberes.

Atividade essencial da logística como a de movimentar produtos e pessoas de um local a outro, transitou ao longo da história utilizando diferentes tecnologias. Em época primitiva da humanidade, invenções como o trenó e a domesticação de animais possibilitaram movimentar mercadoria em quantidade e em percursos maiores. Atualmente, em razão do constante crescimento das vendas online, redução dos prazos de entregas, escassez de motoristas, pressão por reduções nos custos de transportes e foco nas melhores práticas ambientais, os veículos autônomos apresentam expressivas vantagens para as atividades de entregas de mercadorias.

Veículos autônomo são os veículos sem motorista ou conhecido também como veículo robótico. Os veículos possuem 6 níveis de automação, iniciando no nível 0 que são a maioria dos veículos produzidos atualmente, e a condução depende 100% do motorista e possuem equipamentos autônomos para contribuir com a direção, como sensor de ré ou emissão de sinal sonoro quando o limite de velocidade programado é ultrapassado. Chegando ao nível 5 que são os veículos que não requer intervenções humanas para se locomover e realizar os trajetos desejáveis.

A utilização de veículo totalmente autônomo para realizar os serviços de entregas já é realidade, mesmo que em locais e padrões restritos, para algumas empresas localizadas na América do Norte.

Uma importante rede de pizzaria conhecida como Domino’s em parceria com uma startup, recebeu a aprovação regutantes clientes, entre eles empresas como Walmart. Para Brad Gillett, chefe de operações da Gatik, os veículos autônomos não irão substituir os empregos de motoristas, mas irá resolver uma escassez que é um problema real e crescente para as atividades de logística.

Embora os veículos autônomos sejam realidade nas atividades logísticas, em algumas regiões do mundo, no Brasil ainda é algo distante das empresas e profissionais do setor. Várias ações deverão ser implementadas antes de iniciar os testes aqui no Brasil; as restrições vão desde a legislação vigente, custos dos equipamentos, disponibilização de recursos tecnológicos e de comunicação.

Autor: Uillicre J. Silva

Matéria da revista AETEC nº36 edição.

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