SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DE PROJETOS

Após várias tentativas de sensibilizar os principais “players” econômicos mundiais em busca de um mundo mais sustentável, nos últimos anos muitas empresas parecem que acordaram para o fato de utilizar este apelo como um diferencial de marketing para atrair investidores e conquistar clientes conscientes, melhorando seu desempenho financeiro e econômico.

Diante de um processo de educação que vem sensibilizando há anos as crianças a terem hábitos mais sustentáveis e quererem um mundo melhor para eles no futuro, empresas que são formadas por gente de gerações mais antigas, estão finalmente
sendo provocadas nesse sentido e já começaram a atuar nesta direção, ou seja, não vão esperar ou jogar esta oportunidade para que as novas gerações sejam protagonistas destas mudanças.

Notem que outros movimentos de conscientização têm pegado carona com o tema sustentabilidade e se somaram para engajar ações mais amplas. Daí surgiu o ESG (Environment, Social and Governance). Neste artigo vou me ater à primeira letra desta sigla “E”. Esta sigla refere-se ao meio ambiente, é a que está dominando a pauta atualmente. Portanto, a grande questão é: Como atuar em projetos para que estes sejam sustentáveis? Não duvidem que ao se gerenciar um projeto os responsáveis por ele já sejam cobrados pelas suas ações voltadas à sustentabilidade.

Cabe então aos gestores alinhar estas expectativas junto à sua equipe de projetos. Conceitos advindos do “Lean Construction” e “Lean Thinking” começam a ganhar mais espaço nesses ambientes. Estes conceitos foram criados pela Toyota em seu sistema de produção e seu foco é na economia de tempo, dinheiro, recursos, assim como, nos desperdícios.

Desde a concepção de um projeto, os profissionais devem praticar este sistema de análise para que se pense e achem formas diferentes e inovadoras de aplicação de materiais, sistemas de produção, construção e montagem de maneira que os recursos sejam otimizados e diminuem ou até eliminem os desperdícios.
O perfil dos gestores de projetos deve ter a habilidade de integrar e estimular suas equipes nessa direção, planos de ação devem sempre olhar para frente e não somente se basear em práticas existentes utilizando técnicas ultrapassadas.

Quando falamos de sustentabilidade estamos falando de achar um equilíbrio entre o tripé SOCIAL (pessoas) – ECONOMIA (lucro) – MEIO-AMBIENTE (planeta). Este ponto de equilíbrio não é fácil de se identificar, mas somente com algumas práticas saudáveis de análise e melhoria contínua de processos é que os resultados esperados podem ser alcançados.
Alguns exemplos destas práticas podem ser:
• Criação da capacidade de fazer mais do que se está acostumado
• Melhorar o fluxo de atividades produtivas
• Melhoria contínua com aprendizado contínuo
• Encorajando e engajando o capital humano
• Desenvolver uma visão completa da perspectiva do sistema
• Entender quais são os valores e as demandas de seus clientes e
da comunidade

As perguntas abaixo podem ajudar a focar o desenvolvimento do seu projeto nas suas mais diversas fases:
• Qual é o impacto do meu projeto nas questões sociais (pessoas)?
• Qual é o impacto do meu projeto nas questões econômicas
(lucratividade)?
• Qual é o impacto do meu projeto nas questões de meio-ambiente
(planeta)?

Nos próximos artigos vamos abordar o significado das letras S (Social) e G (Governance) vindas da sigla ESG.

Espero ter trazido a vocês um pouco do conceito que está por trás deste assunto tão em moda e que vai durar, talvez, a vida toda!

Rogério Sagliocco. Tecnólogo em Mecânica com especialização em Processos de Soldagem pela Unesp, pós graduado em Gerenciamento de Projetos pela Escola Politécnica-USP.

Matéria da revista AETEC, 43º edição.

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