PROJETO CALÇADA IDEAL – A RESPONSABILIDADE COM A TERCEIRA IDADE

O aumento da população idosa no País representa uma conquista, mas também é considerado

um desafio, já que o envelhecimento traz uma série de consequências. Entre elas as quedas, que afetam anualmente 30% desta população. Evitar a queda é considerada uma conduta de boa prática geriátrico-gerontológica, tanto em casa, quanto na rua. Além disso, evitar que o idoso caia constitui-se numa política pública indispensável, não só porque o evento afeta de maneira desastrosa a vida dos idosos e de suas famílias, como requer fartos recursos econômicos no tratamento e suas sequelas. A cada ano, o SUS tem gastos crescentes com tratamentos de fraturas em pessoas idosas. Em 2009 foram gastos mais de R$ 57 milhões com internações de idosos por fratura do fêmur e R$ 24 milhões com medicamentos.

As quedas são motivadas, principalmente, por três fatores de risco: intrínsecos (próprios da idade e da osteoporose), extrínsecos (ambientais) e comportamentais (hábitos). Entre os fatores ambientais, a má qualidade das calçadas representa um risco importante nas quedas, não só dos idosos,mas principalmente destes, porque nossa cultura não tem o costume de construir e manter calçadas dentro das normas e leis que regem a acessibilidade, (Decreto 5.296/04, leis nº 10.048/00 e 10.098/00) falha observada em quase todas as ruas pelo país. Daí ser cada vez mais necessário proprietários de imóveis (um dia todos serão idosos) se conscientizarem do dever de manter uma calçada com qualidade à frente do seu imóvel (principalmente para ele mesmo) e a responsabilidade das prefeituras com a orientação, fiscalização e apoio (com guias e sarjetas devidamente colocadas).

No Brasil, a maioria das prefeituras não dá a devida importância; veja a prefeitura de São Paulo, ainda agora, está abrindo consulta pública sobre calçadas, medida que deve resultar em um decreto sobre o assunto, consolidando legislações já existentes sobre o tema e tendo como foco a priorização do pedestre (óbvio). Por outro lado, municípios menores, como a cidade de Seropédica no estado do RJ ,com menos de 100 mil habitantes, fez uma excelente cartilha, junto com a ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland – cujo texto vem sendo por nós consultado para esclarecer da importância de uma calçada ideal, que garanta qualidade e segurança, para assim reduzir drasticamente as quedas nas ruas de todos os pedestres.

Conceito Básico de Calçada

O brasileiro, cada vez mais, está se conscientizando sobre a importância da participação

dele na procura de soluções para os problemas comuns que afetam as cidades. Acessos à educação, transporte, trabalho, moradia e lazer são direitos de todos.

É responsabilidade do poder público, da iniciativa privada e de cada um de nós, zelarmos pela igualdade de oportunidades.

Circular pelas calçadas, frequentar praças são direitos inerentes aos seres humanos. Inverter a lógica sócio-econômica e cultural do direito pleno destinado ao automóvel poluidor, por ocupar fisicamente um espaço maior , o que não dá ao seu “proprietário” melhor ou maior status de “cidadão”, é creditar ao pedestre a possibilidade de interagir com os elementos que lhes são destinados pelo Poder Público.

 

Todos somos, em alguma hora do dia, pedestres.

Ao sair de casa e andar até o ponto de ônibus, somos pedestres, do estacionamento até o escritório, somos pedestres e estamos expostos a inúmeros riscos, pois nossas calçadas não oferecem condições de segurança, conforto e mobilidade e acabam por inibir o que deveria ser o meio de transporte mais comum e saudável: “o caminhar”.

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