A LOGÍSTICA COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA PMEs

A logística tem suas origens nas organizações militares. Semanticamente, a palavra tem suas raízes na França – proveniente do verbo “loger” (alojar). Segundo Souza (2002), “a logística originou-se no século XVIII, no reinado de Luiz XIV, onde existia o posto de Marechal
– General de Lógis – responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico nas batalhas”.

O sistema logístico foi desenvolvido com o intuito de abastecer, transportar e alojar tropas – propiciando que os recursos certos estivessem no local certo e na hora certa. Este sistema operacional permitia que as campanhas militares fossem realizadas e contribuía para a vitória das tropas nos combates.

A logística a partir da década de 40 saiu do campo militar e foi para o campo empresarial, segundo CHRISTOPHER (1997, p.2) logística é o processo de gerenciar, estrategicamente, a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) por meio da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades, presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.

Desta forma podemos definir no cotidiano que logística é a ciência de se fazer chegar o produto CERTO, no lugar CERTO, na quantidade CERTA, no tempo CERTO, nas CONDIÇÕES estabelecidas no pedido ao menor CUSTO possível.

Empresas que enxergam a Logística como uma estratégia competitiva bastante eficaz, tem:

  • maior competitividade,
  • maior desenvolvimento tecnológico,
  • maior oferta de produtos e serviços adequados à expectativa do cliente e;
  • maior desenvolvimento e motivação do capital intelectual.

O fluxo logístico conforme mostra a figura 1 a seguir, temos a aquisição de materiais que é a Logística de Abaste[1]cimento, o produto ou a Logística Interna, a Logística de Distribuição e a Logística Reversa que hoje é a principal aliada quando falamos em Economia Circular.

Logística de Abastecimento – a logística de abastecimento é responsável pela gestão dos suprimentos necessários para comercialização e fabricação de produtos acabados, semiacabados e matérias-primas, com objetivo de garantir o correto funcionamento do restante das operações da cadeia de abastecimento

Logística Interna – é, por definição, a parte da logística que se refere à organização do conjunto de fluxos de materiais e informações que ocorrem dentro das próprias fronteiras da empresa. Por exemplo: os movimentos de mercadoria no armazém, o controle de estoque, etc.

Logística Reversa – A logística reversa é um conjunto de procedimentos e meios para recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação correta de resíduos.
Conhecemos hoje a Logística e a Cadeia de Suprimentos, sendo a logística uma parte especializada da cadeia de suprimentos. Enquanto a primeira foca no transporte e no armazenamento de mercadorias, a segunda abrange todos os aspectos de aquisição e o fornecimento de bens.

No Brasil o transporte é predominantemente rodoviário, chegando a 65% de participação na matriz de transportes, conforme mostra a figura 2 abaixo.

A logística se encaixa em qualquer tamanho de empresa, a gestão logística permite que as micros, pequenas e médias empresas que articulem melhor seus processos internos, reduzam seus estoques, evitem faltas de produtos e otimizem suas relações com clientes e fornecedores.

Em consequência, são alcançadas vantagens como poder de barganha nas compras, economias de escala em fretes e uma maior satisfação dos clientes, sendo:

– Redução do nível dos estoques;

– Compras orientadas pelas previsões de vendas;

– Distribuição consolidada de pedidos;

– Uso de indicadores para gerenciar os resultados;

– Adoção de planejamento de suprimentos;

– Mudança de layout e implantação de endereçamento de produtos;

– Implantação do PEPS – primeiro que entra/primeiro que sai.

Como um exemplo de inovação, vamos pensar no caso das Casas de Tintas que antigamente tinham que ter em seus estoques todas as tintas possíveis para atender as expectativas do cliente, atualmente estas mesmas casas de tintas tem um misturador e com alguns pigmentos é possível chegar na cor que a cliente precisa. Com isto há uma redução significativa de estoque, ou seja, dinheiro parado e também redução dos transportes.

Seja um layout de canteiro de obra, um almoxarifado com disponibilidade das principais ferramentas para evitar ociosidade, mas também perdas e extravios, requer muito mais que organização, é preciso planejamento dos fluxos de operações com profissionais experientes na área de logística.

REFERÊNCIAS
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. – 5 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2006.
BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CHING, Y., Hong. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada Supply Chain. São Paulo: Atlas, 1999.
CHRISTOPHER, M. Gerenciamento da cadeia de suprimento. São Paulo: Pioneira, 1997.
DORNIER, et al. Logística e operações globais: textos e casos. 2000. São Paulo. Ed. Atlas.
Gilder, George. Harvard Business Review, March-April 1991.
LACERDA, Leonardo. Logística reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Centro de Estudos em Logística–COPPEAD, p. 3, 2002.

Celson Bertanha. Administrador, Mestrando em Administração (Sustentabilidade e Inovação) pela UNIB com MBA em Logística Empresarial e Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV e Despachante Aduaneiro pela Abracomex. Experiência profissional de mais de 25 anos na área de Supply Chain.
Fundador e consultor sênior da St Log – Serviços Logísticos. Membro do Grupo GELOG – CRA/SP. (celson@grupostlog.com.br)

Matéria da revista AETEC nº 41 edição

Revista online

Boa leitura!

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