Recentes pesquisas científicas revelam que o hábito de ler textos com conteúdo, como forma de absorver conhecimento, desenvolver o cérebro e o raciocínio, de prazer, não apenas amplia a compreensão do mundo e facilita a interação com as pessoas do entorno, como gera maior sociabilidade e felicidade e abre portas para conhecer melhor a si mesmo. Isso tudo acontece quando nos mergulhamos em textos mais profundos, de ficção ou não ficção, acadêmicos ou políticos, que faça você usar o intelecto, pensar no que leu. Quando você é absorvido por textos com conteúdo, que exigem raciocínio, compreensão, pesquisa, perguntas, entra em um mundo novo e descobre que existem outras formas de agir e pensar diferente da sua. Você desafia o seu cérebro a trabalhar, entender o que realmente o autor está querendo dizer. Você poderá encontrar um raciocínio diferente do que estava acostumado, talvez bem melhor do anterior dessa leitura, evoluindo na ideia. E isso pode melhorar o seu desempenho no trabalho, no desenvolvimento de um projeto, no relacionamento familiar e com amigos, melhorando a sua qualidade de vida.

Foram duas pesquisadoras da Universidade da Flórida, em Gainesville, Yellowlees Douglas e Samantha Miller, cujos estudos chegaram a provar que a leitura de textos com vocabulários e sintaxes mais complexos tornam as pessoas muito melhores para o desenvolvimento de ideias, mais criativas. O resultado da pesquisa foi publicado pelo International Journal of Business Administration e inspirou o texto “O que você lê importa mais do que você pensa” de Susan Reinolds, para o “Psychology Today”. Diz ainda Susan “ Diferentemente da leitura superficial ou leve – como só passar os olhos pelas chamadas de um site – a leitura profunda põe para funcionar as funções cognitivas complexas do córtex cerebral (ligado à memória e à consciência).

Se você tem como única fonte de leitura, textos das redes sociais, principalmente apenas as manchetes, sua capacidade de entender o mundo ao redor é reduzida.

Agora, a pessoa pode ler muito, ser muito culta e ainda assim ser um crápula, o que cada um faz com a leitura é outra história, assim como alguém formado em advocacia, medicina, pode ser um mal profissional. Do outro lado, você pode sim encontrar alguém com pouca leitura e excelente raciocínio, mas estes são os extremos de uma situação normal.

Mas se formos levantar as pessoas que leram e entenderam fielmente a mensagem, o número é drasticamente reduzido, pois é muito grande o número de analfabetos funcionais. Também encontramos pesquisas que apontam para o fato de pessoas que não tiveram o hábito da leitura na vida, perderem mais rapidamente a memória, terem depressão, porque quem tem ao lado um livro sempre tem um amigo, e a solidão é sentida bem menos.

A ciência comprova:  ler faz bem para o cérebro

Nos Estados Unidos, um grupo de teste foi convidado a ler um capítulo do romance Mansfield Park, de Jane Austen, dentro de uma máquina de ressonância magnética, enquanto pesquisadores da universidade de Stanford analisavam os resultados neurológicos. Para o experimento, era preciso ler o capítulo de duas formas distintas: primeiramente, uma leitura descompromissada; depois, uma leitura para análise crítica da obra. A conclusão do estudo apontou que a leitura de livros pode ser um exercício valioso para o cérebro, já que quando lemos, o sangue flui para diversas áreas associadas à concentração e, no caso de uma leitura mais crítica, também para áreas menos ativas do cérebro. Logo, o estudo concluiu que a forma de leitura afeta o cérebro e através dela podemos treiná-lo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e concentração.

E agora, encontrou motivos para ler, ou vai procurar um remédio para a memória e depressão?

Autor: João Lino.