POR QUE AS OBRAS ATRASAM?

Transformar um projeto executivo em realidade, construindo e materializando o que foi projetado parece uma tarefa fácil, mas requer experiência e conhecimento dos materiais e suas aplicações e características de instalação.

Sendo a construção civil uma área que abrange diversos tipos de materiais, a necessidade da compatibilização de vários projetos e diferente nível de especialização da mão de obra, faz-se necessário que se tenha um sistema de gestão total, objetivando o aprimoramento de todos os processos e controles. Pois, um projeto concluído com êxito é aquele concebido dentro dos recursos financeiros previstos, no prazo esperado e com a qualidade exigida em projeto, gerando a satisfação dos envolvidos.

Portanto, fica a pergunta: POR QUE AS OBRAS ATRASAM?

Primeiramente é preciso analisar a complexidade na execução de uma obra que envolve inúmeros materiais, que se relacionam entre si, e que são fornecidos por diversos fabricantes, mão de obra especializada em diversos setores da construção e principalmente a sequência de etapas que devem ser seguidas e que não podem ser alteradas, além das intercorrências do fator clima que podem inviabilizar a programação.

Cabe ao gerente de planejamento programar a sequência de atividades e prevendo de antemão a compra, chegada do material, os recursos materiais e financeiros necessários para a execução da atividade e planejar os tempos de execução, adequando-os aos requisitos de projeto.

CONTROLE RIGOROSO É A CHAVE PARA ATRASOS

Através de softwares específicos é possível desmembrar atividades heterogenias em processos mais simples, desta forma serão analisados os diferentes processos detalhadamente, possibilitando assim o controle das etapas complexas e maiores.

Sabendo a sequência de operações e o prazo médio de duração da atividade, a equipe de planeamento estimará a quantidade necessária de recursos, maquinário, mão de obra e materiais, para cumprir dentro do prazo previsto.

A estratégia nesse caso é antecipar atividades ou prorrogá-las no intuito de obter o melhor resultado benefício e custo, que aqui podemos entender como prazo.

Mas voltando à pergunta deste artigo, pois se a estratégia foi realizada o planejamento foi feito e mesmo assim a obra atrasa, onde está o problema? A resposta é simples,
sendo a construção civil uma sequência de processos, que se encadeiam racionalmente, pequenos atrasos de horas, seja na entrega do material ou na produtividade de equipe, vai pouco a pouco deixando de ser cumprida a tarefa do dia, semana ou mês, e o acúmulo desses pequenos atrasos vão repercutir em resultados irremediáveis.
E qual é a solução para isso?
Ter um controle rigoroso das atividades, reprogramando diariamente as tarefas que não foram cumpridas naquele dia e adiantado outras, se possível. O controle rigoroso de prazos não vai fazer a obra deixar de atrasar, pois existem inúmeras ocorrências que afetam o andamento dos processos, porém fará com que os atrasos sejam minimizados ou compensados em outras etapas da obra.
Controle rigoroso é a chave para atrasos.

Através de ferramentas de planejamento, a programação das etapas programadas comunica aos fornecedores de antemão as necessidades de material e define prazos que devam ser cumpridos e controla a equipe de montagem e mão de obra para que fique atenta na produtividade de seus pares, fazendo com que a obra não saia do planejado ou que o desvio seja pequeno.

Mauro Vieira Cruz. Engenheiro formado pelo Mackenzie em 1983, mais de 30 anos de experiência em empresas fabricantes de produtos para a construção civil, estruturistas e projetos. Trabalhou com gerenciamento de projetos, obras e execução/montagem. MBA em Administração de Empresas e Mestre em Arquitetura pela Universidade São Judas. Professor de Estruturas Metálicas e de Madeira e Gerenciamento de Obras na Univ. Mogi das Cruzes desde 2007 e na Pós Graduação em Estruturas na Estácio
Cabo Frio e Macaé – RJ desde 2020. Sócio na MVC Arquitetura e Engenharia.

Miguel Augusto Torrero de Carvalho. Arquiteto e Urbanista pela Universidade Paulista; Mestrado Profissional pelo IPT (Instituto Pesquisas Tecnológicas); Profissional autônomo desde 1996, atuando na elaboração de projetos comerciais e residenciais, gerenciamento de obras. Professor universitário nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Design de Interiores, desde 2006, elaborando projetos de Retrofit, adequações de instalações prediais, vistorias de edificações da área da saúde para a prefeitura de Carapicuíba. Sócio na MVC Arquitetura e Engenharia.

Matéria da revista AETEC nº 42 edição.

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