Logística Regional
Região Norte

A PRIMEIRA PALAVRA QUE VEM À MENTE QUANDO SE FALA
EM LOGÍSTICA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL É DESAFIO.

 A segunda ideia que surge e que acaba sendo uma simplificação da questão, é tratar o tema apenas como as dificuldades de transportes no Estado do Amazonas, que tem fundamental importância, mas não é a única barreira a ser vencida.

A Logística tem que ser entendida dentro de um contexto amplo que envolve os aspectos econômicos do que é produzido na região, para onde se destina essa produção e do que é consumido e qual a origem desses bens e produtos.

Composta por sete estados, representando aproximadamente 45% do território nacional, tem uma economia baseada na extração mineral, agronegócio e o Polo Industrial de Manaus.

Com a mais baixa densidade populacional, distante dos centros consumos do país e com uma participação no PIB nacional de 6%, a logística tem papel fundamental tanto na origem como na consolidação da economia da região.

Desde seu início as atividades extrativistas foram o que promoveu o desenvolvimento, como no caso da borracha, que no início do século XX propiciou o avanço da região, especialmente Manaus e ainda hoje são importantes em toda região, como exploração dos minérios da Serra dos Carajás e Minas de Bauxita no Pará.

Já nos limites sul da região, pela proximidade com a região Centro Oeste, atividades de pecuária e agronegócios foram as que mais se desenvolveram.

No setor industrial a Zona Franca de Manaus, criada na década de 50 e renovado nos anos 60, foi projetada inicialmente com a intenção da criação de uma zona de livre comércio, com importações franqueadas, com o intuito de atrair indústrias para a região.

O modelo teve sua importância, porém a partir da década de 90, com a abertura da economia do país, indústrias optaram por se instalar mais próximos dos mercados consumidores.

Surge então Polo Industrial de Manaus, que além das isenções nos impostos de importação para as empresas instaladas, também concedeu isenção de IPI, ICMS e IPTU.

Hoje mais de 450 empresas estão presentes, produzindo desde relógios, celulares, produtos eletrônicos, indústria de duas rodas entre outros, e aqui que a logística encontrou seu maior desafio.(A maioria das empresas são ainda apenas montadoras) Diferentemente da Região Sudeste, onde a cultura de Café se expandia e levava consigo as ferrovias para escoar a produção para o porto, o Polo de Manaus foi criado sem que a estrutura logística estivesse desenvolvida e garantisse o escoamento e chegada de matérias primas.

TRANSPORTES:
A malha rodoviária na região não é muito extensa.
Boa parte das rodovias existentes na região foram construídas nos anos 60 e 70, com o intuito de integrar essa região às outras regiões do país.
Como exemplo, tem-se a rodovia Transamazônica, a rodovia BR-153 Belém-Brasília, a BR-364 Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco e mais recente a BR-163 Cuiabá-Santarém para dar escoamento à produção de soja até o porto de Santarém.

Há ainda a BR-319 ligando Porto Velho e Manaus, numa extensão de 800 km. Essa rodovia já existiu, porém pela falta de manutenção ela praticamente desapareceu, permanecendo apenas seus trechos iniciais em Manaus e Porto Velho. A retomada da construção é ainda objeto de muita discussão, especialmente por motivos ambientais.

Como se observa, não há ligação rodoviária do país com o maior centro industrial da região, Manaus e seu abastecimento, o escoamento de seus produtos são feitos pelo rio e por ar.

Os modais Rodo-Fluvial e a Cabotagem são responsáveis pela movimentação do PIM*, ficando com o modal aéreo o transporte dos produtos e insumos de maior valor agregado.

CONCLUSÃO

A logística desempenha um papel fundamental na região norte, tanto na ligação com outras regiões e no escoamento dos produtos gerados nos setores extrativistas, pecuário e do agronegócio.

Entretanto, é no atendimento do setor industrial, que podemos afirmar que a logística foi o que garantiu o desenvolvimento do setor e teve que se desenvolver rapidamente e se reinventar para garantir o abastecimento e escoamento da produção.

Prova disso é que o PIM surgiu e os modais Rodo Fluviais e a Cabotagem com containers não tinham surgido, nem a infraestrutura necessária para sua operação.

Alvaro Fagundes Jr. Engenheiro, Consultor Empresarial, Especializado em Logística e Transportes Nacionais e Internacionais, Gestão Estratégica Comercial, Treinamento de equipes
Comerciais e Operacionais e Palestrante. linkedin.com/in/alvaro-fagundes-jr-

Matéria da revista AETEC 39º edição.

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