IMTELIGÊNCIA EMOCIONAL: SABENDO USAR, VOCÊ TEM MUITO A GANHAR

Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, desenvolveu, na década de 1990, o conceito das inteligências múltiplas, que compreende um total de nove tipos de inteligências em áreas distintas: linguística, lógico-matemática, corporal-cinestésica, existencial, espacial, musical, naturalista, interpessoal e intrapessoal.

Howard também definiu inteligência como um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura. Soa como um processo bem racional, certo? Ele mesmo entendia que a “inteligência acadêmica” não devia ser o único fator para definir uma pessoa, ou seja, outras habilidades deveriam ser consideradas e valorizadas, até como diminuição do preconceito em relação às pessoas com baixa inteligência lógico-matemática, na época mais valorizada.

Já ouvimos que a pessoa inteligente tem condições de fazer contas de cabeça, aptidão para pensar e criar estratégias em situações complexas e fazer coisas importantes para alcançar os resultados pretendidos.

Diversas pesquisas indicam que para alcançar o sucesso (ou resultado) no novo meio profissional altamente competitivo que vivemos são necessárias competências que não eram importantes no passado, porém se tornaram necessárias no presente e para o futuro. O mundo atual de constantes desafios exige novas competências.

Lembrando que competência é a soma de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA).

Hoje em dia não basta apenas estar preparado tecnicamente para o trabalho. Outras competências são necessárias no novo meio profissional, como: capacidade de escuta e comunicação, adaptabilidade frente aos obstáculos, autocontrole, confiança, motivação, trabalho em equipe, cooperação, negociação, gestão de conflitos, proatividade e liderança, entre outras.

Esse grupo de competências reúne as chamadas hard skills e soft skills, essas em maior quantidade.

Com certeza, você já pode ter ouvido comentários, ou mesmo tenha lido, sobre a forma que as emoções e os sentimentos têm efeitos na vida das pessoas, com influência em várias áreas.

Assim, no final do século passado, surge o conceito de inteligência emocional (IE) que, segundo Daniel Goleman, psicólogo considerado o “pai” da inteligência emocional, é a “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os sentimentos dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.”

O desenvolvimento da IE permite alguns benefícios, entender como funciona uma organização e a dinâmica social de um ambiente, sacar como as pessoas estão em uma determinada situação, melhorar a comunicação com maior entendimento, aceitar que existem pontos de vista diferentes para cada condição, solucionar situações de conflitos e, também, atingir melhores (e maiores) resultados.

A IE tem cinco dimensões, a saber: autoconhecimento (conhecer os próprios sentimentos e emoções), autocontrole (saber regular os sentimentos e emoções) e automotivação (capacidade de persistir diante de fracassos e dificuldades), que correspondem à inteligência intrapessoal, o modo como nos relacionamos com nós mesmos.

Além dessas dimensões, tem a empatia (capacidade de perceber o que as outras pessoas estão sentindo) e as habilidades sociais, que correspondem à inteligência interpessoal, ou seja, como nos relacionamos com os outros. As habilidades sociais, por sua vez, englobam a comunicação, gestão de conflitos, trabalho em equipe, cooperação e gestão da mudança.

Essas duas inteligências fazem parte da teoria descrita por Gardner.

A IE faz as pessoas felizes, ou seja, são autorresponsáveis, perdoam, elogiam, apoiam, colaboram, conversam sobre ideias, querem vencer, mas desejam que os outros também vençam, pensam positivo, têm a mente aberta e alto QE

O Fórum Econômico Mundial e o PWC Word Report citam sete habilidades para o futuro: inteligência emocional, comunicação, criatividade, trabalho em equipe, empatia e cooperação, segurança psicológica e flexibilidade cognitiva.

Analisando tais habilidades, nota-se que a grande maioria está relacionada com a IE, a primeira citada, e estão no grupo das soft skills.

Uma pesquisa do Grupo Eleva mostra que 87% das demissões são comportamentais, 80% dos brasileiros não têm inteligência emocional e 77% dos CEOs das maiores empresas do mundo buscam colaboradores inovadores.

Tanto assim, que muitas empresas já preferem contratar um profissional com bom QE (Quociente de Inteligência Emocional) no lugar de outro com qualificações melhores, maior QI (Quociente de Inteligência Racional), mas com baixo QE.

Pode parecer um quadro preocupante, mas, felizmente, tanto a inteligência racional como a emocional podem ser aprendidas e desenvolvidas. Mesmo que ainda não saibamos todos os aspectos do nosso aprendizado emocional, sabe-se que é possível modificá-los, com a possibilidade de agregarmos novos e valiosos comportamentos de forma natural e progressiva.

A principal aplicação da IE na vida pessoal é não ter medo de pensar diferente dos outros e, depois saber que pensou igual a eles e descobrir que todos estavam errados. Mas sejamos empáticos!

Já no aspecto profissional, temos que tanto desempenho como o resultado desejado dependem das emoções no trabalho, sendo a IE uma ferramenta indispensável para a liderança eficaz, para o trabalho em equipe e para a colaboração.

O trabalho que gera emoções ruins é fonte de estresse, sendo o feedback um poderoso instrumento motivacional, se bem conduzido, e a crítica deve ser sempre construtiva e nunca um ataque pessoal, sendo específica e pessoal (individual).

A IE faz as pessoas felizes, ou seja, são autorresponsáveis, perdoam, elogiam, apoiam, colaboram, conversam sobre ideias, querem vencer, mas desejam que os outros também vençam, pensam positivo, têm a mente aberta e alto QE.

Por outro lado, as pessoas infelizes culpam os outros, são rancorosas, se acham donas da verdade, criticam, fofocam, sentem inveja, pensam negativo, têm a mente fechada e baixo QE.

E, cá entre nós, não existe prisão pior que uma mente fechada, concordam?

Algumas considerações sobre utilizar e praticar a inteligência emocional: a maturidade não é obra do destino; todos podem “configurar” suas redes emocionais, basta querer; as competências emocionais podem ser aprendidas e desenvolvidas; gerenciar de forma positiva a IE é um facilitador do sucesso na vida pessoal e no trabalho; criar um ambiente que
estimule relações com base na IE é uma forte vantagem competitiva para as empresas e, também, para as pessoas.

Ou seja, o alto QE é um fator de sucesso.
Pensem nisso e boa sorte!

Mauro Campello. Mestre e engenheiro de produção. Palestrante, professor, consultor e estudioso em temas variados. Experiência em diversas áreas de negócios. Sócio da MC Treinamentos.

Matéria da revista AETEC nº50 edição.

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