UMA CONVERSA SOBRE CONSTELAÇÕES FAMILIARES E SOLUÇÕES SISTÊMICAS

Data: 09/05/2019 às 19h00
Local: AETEC – Participe!

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  • INTRODUÇÃO: UMA HISTÓRIA, onde comecei.
  • OUTRA HISTÓRIA: onde tudo começou (Anton Suibert) Bert Hellinger

  •  FUNDAMENTOS DAS CONSTELAÇÕES: a ciência, transdisciplinaridade, física quântica, morfogenética, o espiritual
  • SISTEMAS: as ordens do amor, culpa, inocência, emaranhados

  • A CONSTELAÇÃO: o campo, participantes, representantes, constelador (facilitador), movimentos

CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS FAMILIARES

Como premissa básica considera que, herdamos de nossos
antepassados, através de nossos Sistemas Familiares, além
de nossas características físicas e biológicas, também
hábitos, costumes, tradições, traumas, memórias que
influenciam diretamente em nossa evolução, nos nossos
relacionamentos, comportamentos.

Nelson D. Weigand Berna – Administrador de Empresas – Ciências Atuariais – FECAP
Constelações Familiares e Soluções Sistêmicas – Instituto Koziner.
Pós Graduando Pedagogia Sistêmica – CUDEC México – Innovare Brasil.
Pós Graduando Constelações Familiares – HellingerSchule Alemanha/
Brasil – Innovare Brasil.

As “Constelações Familiares” surgiram há cerca de 30 anos, como um novo paradigma no campo das terapias, é portanto uma ciência muito nova, uma ciência das ordens da convivência humana, começando nas relações da família, isto é, entre homem e mulher, pais e filhos, incluindo educação, trabalho, profissão, organizações, e num sentido mais amplo povos e culturas. As desordens, os emaranhados, que ocorrem, nesses contextos levam a conflitos e separam as pessoas ao invés de uní-las. “Como ciência, está em movimento, em constante desenvolvimento através de compreensões e experiências, que se provam através de seus resultados, não é uma escola concluída, possível de ser transmitida e ensinada como algo definitivo, é uma ciência aberta que se prova através de sua aplicação, de seus efeitos, do seu sucesso.” (Bert Hellinger – O Amor do Espírito).
Como premissa básica considera que, herdamos de nossos antepassados, através de nossos Sistemas Familiares, além de nossas características físicas e biológicas, também hábitos, costumes, tradições, traumas, memórias que influenciam diretamente em nossa evolução, nos nossos relacionamentos, comportamentos, assim, sua abordagem olha o paciente não como o indivíduo envolvido em seus problemas, mas a partir de uma visão sistêmica focada na origem, na causa, na solução, tratando-o como uma parte, (figurativamente um fio, uma estrela), de todo seu sistema familiar (uma grande peça de tecido, uma constelação).

Anton Suibert Hellinger – Alemanha – (16/12/1925) Foi Bert Hellinger quem lançou os princípios básicos das Constelações Familiares. Aos 25 anos, missionário jesuíta, vivendo na África entre os Zulus, começou a identificar que existiam padrões que se repetiam entre os membros de uma mesma família, um mesmo clã. No final dos anos 60, renuncia ao sacerdócio, volta para Alemanha, passa a estudar Gestalt terapia e Análise Transacional, na Áustria faz sua formação em Psicanálise. Em 1973 segue para Califórnia, conhece o trabalho de Virgínia Satir, psicóloga, renomada terapeuta, criadora das Terapias Familiares, já desenvolvendo trabalhos de Constelações Sistêmicas, inclusive utilizando representantes para os membros da família.
Bert Hellinger, compilando e organizando seus conhecimentos, identifica que todos os relacionamentos são regidos pelo “Amor”, não o amor no sentido afetivo como podemos pensar, mas um amor que flui entre as pessoas como a água, que vinda da chuva, penetra e permeia pela terra, brota na fonte, flui pelos, córregos, rios e por fim se deita no mar, sempre evaporando ao sol e reiniciando um novo ciclo. Essa água que sacia a sede, irriga as plantações, gera energia, traz satisfação e progresso, também pode inundar uma cidade, trazer devastação e tristeza. Assim também é esse amor, se ele flui, pelos sistemas, pode trazer, saúde, paz, felicidades, sucessos, crescimento, mas se ele colapsa, pode trazer doença, angústia, tristeza, infelicidade, dificuldades. Hellinger, também, através de suas observações e conhecimentos, determinou que esse amor, nos relacionamentos se rege por 3 ordens imutáveis, tal como a lei da gravidade, que se comprovam por si mesmo: 1 – O PERTENCIMENTO – todos pertencem, não importam as condições. 2 – HIERARQUIA – o antecedente tem prioridade sobre o precedente, se iniciando a partir dos pais. 3 – EQUILÍBRIO ENTRE O DAR E O RECEBER – existe sempre um compromisso em se manter o equilíbrio nas relações.
A quebra de qualquer dessas ordens, provoca um desequilíbrio nas relações, os emaranhados, e geram consequências, muitas vezes severas, que se não resolvidas, se arrastam através do tempo, às vezes por gerações, provocando marcas nos sistemas que se transferem pelos componentes até que sejam, de alguma forma, reconfiguradas e então a paz possa voltar e reinar no sistema.

TRANSDISCIPLINARIDADE

“Uma nova abordagem científica, cultural, espiritual e social”. Nicolescu (1970) O prefixo “TRANS”, indica ao que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das disciplinas, e além de qualquer disciplina. O objetivo, a compreensão do mundo presente, onde um dos imperativos é a unidade de conhecimento. O marco zero da Transdisciplinaridade é a Carta de Arrábida de 1994, quando da realização do seu primeiro congresso no Convento de Arrábida em Portugal.

DEFINIÇÃO DA TRANSDISCIPLINARIDADE – UNESCO

“O conhecimento científico, através de seu próprio movimento interno, chegou ao limite, onde pode começar o diálogo com as outras formas de conhecimento – Um reconhecimento às diferenças entre a ciência e a tradição espiritual, não como oposição, mas como complementaridade”. Conhecer o mundo físico e conhecer o ser humano e transformar a sociedade num lugar melhor para viver com dignidade, justiça, solidariedade, bem estar. Isso não será alcançado sem envolver a dimensão espiritual, bem diferente de religiosidade.

FÍSICA QUÂNTICA E OS NOVOS PARADIGMAS.

A física Quântica, dissipa a noção de partes separadas, a fragmentação deixa de existir, é o universo como um todo, requisito necessário para compreensão e implantação de um novo paradigma das Ciências Humanas, como meio ampliador do conhecimento humano e da noção de realidade. Numa nova visão do mundo, o conceito dos campos de força, explica a interação entre partículas como fenômeno eletromagnético, onde cada carga cria uma perturbação no espaço a sua volta de modo que outra carga se sente atraída por ela e interage, deste modo nasce o conceito de Universo cheio de campos criadores de forças que interagem entre si, não perceptíveis pelos nossos sentidos, mas que podem explicar a capacidade influir uns nos outros, sem fala ou visão, mesmo distantes. “Barbara Brenann (1990)”.
Einstein com a teoria da relatividade, no início século XX, joga por terra a noção de tempo linear e espaço tridimensional. Nesta nova formulação o espaço e o tempo não são entidades separadas, não são mais absolutos nem estão em dimensões separadas, mas formam ambos um contínuo tetradimensional o ESPAÇO-TEMPO íntima e inseparavelmente ligados. Deixa de existir um fluxo universal de tempo, que não é mais linear nem absoluto, é relativo. Bentov, (1984) formula um duplo conceito de tempo, o Objetivo – tempo do relógio, o Subjetivo – tempo em profundidade, que vai além da teoria da relatividade, mantida no limite da velocidade da luz, e passa para o tempo da pesquisa dos “Taquions” partículas hipotéticas que se deslocam com velocidade superior à da luz, tempo experenciado nos estados alterados de consciência, quando o tempo Objetivo se mantem em seu ritmo, mas o Subjetivo, em razão da expansão de consciência, sofre uma expansão no espaço, e o observador viaja nesse espaço tanto para o passado como para o futuro. Segundo Capra (1990), as drásticas mudanças de conceitos e ideias, que ocorrem na física provocaram uma mudança na visão do mundo passando de mecanicista, de Descarte e Newton, para holística e ecológica.
O Universo visto não como uma teia dinâmica de modelos inseparáveis de energia, não somos partes de um todo, somos um todo. A Física Quântica, entre tantas áreas, também influenciou os eventos da área da psicologia, que deixam o mundo metafísico e passam para o mundo natural, relacional, os eventos psicológicos ou parapsicológicos como: emoção, cognição, intelectualidade, ou telepatia, clarividência, precognição e psicocinese, indicam uma natureza humana multidimensional e multissensorial.

A VIDA É UM PROCESSO SISTÊMICO

Nosso corpo, nossa sociedade, nosso universo, formam um conjunto de sistemas e subsistemas que interagem entre si, influenciando-se mutuamente. É impossível se isolar qualquer parte do sistema do todo. As pessoas se influenciam permanentemente, formando circuitos de retroalimentação, assim um indivíduo se influencia pelo efeito de suas próprias ações sobre os outros. Os sistemas são auto organizadores, procuram equilíbrio e estabilidade. Neles não existem fracassos, apenas resultados que se ajustam ou não aos objetivos.

A RESSONÂNCIA MORFOGENÉTICA– RUPERT SHELDRAKE. – Ciências

Naturais – Bioquímica – Biologia Celular – Cambridge / Biologia – História da Ciência- Harvard / “Teoria dos cem macacos”.
A Teoria dos Campos Morfogenéticos, ajuda a compreender como os organismos adotam suas formas e comportamentos –( Morfo do grego Morphe = Forma).
São campos de forma, e organizam não só os campos de organismos vivos, mas também de cristais e moléculas.
Campos Morfogenéticos, ou Mórficos, levam informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço tempo sem perda alguma de intensidade depois de terem sido criados, não físicos, exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. A teoria da causação formativa, é centrada em como as coisas tomam forma ou padrões de organização, isso cobre galáxias, átomos, cristais, moléculas, plantas animais, células, sociedades, enfim, todas as coisas que têm formas, padrões, estruturas, ou propriedades auto organizadas, independem de agentes externos. Sheldrake concebe as regularidades da natureza como hábitos, mais que por leis matemáticas eternas que existem de alguma forma fora da natureza. “O código genético inscrito no DNA coordena a síntese das proteínas, determinando a sequência exatados aminoácidos na construção das macromoléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e ponto, a maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, daí para os tecidos, destes para os órgãos e então para os organismos, não estão programadas no código genético. Assim os organismos, não herdam apenas os genes, mas também os campos mórficos. Os genes são recebidos materialmente dos antepassados, e os campos mórficos são herdados de modo não material por meio da ressonância mórfica, não só dos antepassados, mas também dos membros da espécie.
As experiências e observações de Sheldrake, são extensas e bastante complexas, aqui damos apenas uma pequena luz sobre o conhecimento para que possamos ilustrar como funcionam os CAMPOS MORFOGENÉTICOS nas Constelações.

AS CONSTELAÇÕES:

A fusão dos vários conceitos aqui apresentados, de maneira bastante simplista, os novos paradigmas da Física Quântica, os princípios das energias que não se dissipam e gravitam infinitamente, a matéria como soma de energias, espaço-tempo, a Espiritualidade (não religiosidade) como parte integrante do ser humano, a Teoria dos Campos Mórficos, que provam que os membros de um sistema se mantem permanentemente em sintonia, não importam as condições de espaço tempo, a Transdisciplinaridade, temos então os fundamentos científicos, mas não a ciência, para embasar os eventos das Constelações Familiares e Soluções Sistêmicas.
Todos que se reúnem para uma Constelação são PARTICIPANTES, ao espaço que se forma entre os participantes chamamos, CAMPO, onde se apresentarão as informações do sistema do CONSULTANTE, ou CONSTELADO, que trará o TEMA que o incomoda, faz sofrer, desequilibra, emaranha, e também, qual o RESULTADO esperado.Quem coordena a Constelação, é o CONSTELADOR, OU FACILITADOR, que conduz os movimentos no campo, semelhante a um maestro. Depois de uma rápida apresentação, do TEMA e RESULTADO, o CONSTELADOR, identifica com quais elementos ele deseja iniciar os trabalhos e convida ao CONSTELADO, escolher entre os PARTICIPANTES, quais gostaria como REPRESENTANTES desses elementos. Escolhidos os REPRESENTANTES, o CONSTELADO, faz um breve contato sinestésico com o mesmo, nomeando-o e o posiciona pelo CAMPO, da forma como sente ser essa posição. Depois que os REPRESENTANTES estão posicionados, o Constelador sugere que os mesmos se movimentem de acordo com seus impulsos e sensações, e novas configurações vão se formando. Ao Constelador, cabe uma atitude de isenção total, chamamos Centro Vazio, um mergulho ao seu interior, onde tudo é possível, sem julgamento, sem intenção, sem controle, apenas atenção, observação e percepção, um olhar permanente, uma visão panorâmica, a tudo e a todos, cada movimento que ocorre dentro e ao em torno do campo traz uma informação, a percepção aguçada à espera de um sinal, que ocorre de forma fenomenológica, uma intuição, uma frase, uma palavra, uma luz que surge e clareia aquilo que estava oculto, rompido, emaranhado na situação ali representada. A partir de então a Constelação se encaminha para sua conclusão, o CONSTELADOR, vai sugerindo, aos REPRESENTANTES, através de palavras, movimentos e gestos, o realinhamento a restauração do que estivera rompido, é o caminho de solução que surge, e então o CONSTELADO, pode antever esse caminho e a partir de então, através de seu livre arbítrio, aceitar e seguir. Para concluir, destacamos que os efeitos das constelações podem reverberar por todos os PARTICIPANTES, fazendo com que todos possam se sentir, de alguma forma, tocados pelos efeitos e resultados ocorridos em seus próprios sistemas.
Hoje, como ciência em evolução, surgem as NOVAS Constelações, onde já não são necessários, TEMA e RESULTADO, são ocultos e, muitas vezes, o próprio CONSTELADO se representa, os REPRESENTANTES se apresentam espontaneamente sem identificação necessária, os movimentos se desenvolvem e os papéis se alternam, menos palavras, mais movimentos, e a finalização ocorre da mesma forma através do intuição fenomenológica do CONSTELADOR, que então sugere ao CONSTELADO, o caminho a ser seguido. Finalizando, destacamos que os princípios das Constelações se comprovam altamente eficazes não somente no campo das Terapias individuais e familiares, mas também com excelentes resultados em vários outros sistemas como, na área Empresarial, através das Constelações Organizacionais, na área Jurídica, através do Direito Sistêmico, do Ensino, através da Pedagogia Sistêmica, da Saúde, através da Medicina Sistêmica.

Agradecemos a todos os leitores, e nos colocamos a inteira disposição para qualquer esclarecimento pelo e-mail – ndwberna@gmail.com.

Matéria revista AETEC nº22 edição.

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