O ARQUITETO QUE TRANSFORMOU UMA PEDREIRA DESATIVADA EM UNIVERSIDADE AMBIENTAL

João Lino da Silva

Uma pedreira utilizada desde 1947, pela família Zaninelli, em Curitiba, para exploração de granito, havia sido desativada em 1983, por se encontrar em local urbano, restando um imenso paredão de pedra e os lagos. A partir deste ambiente degradado, o arquiteto Domingos Bongestabs criou o projeto do Bosque Zaninelli.

Inaugurado com presença do pesquisador francês Jacques Ives Cousteau, o bosque tem como atração principal a Universidade Livre do Meio Ambiente, mais conhecida como UNILIVRE. Uma torre redonda de 874m2 , edificada com troncos de eucaliptos industriais de reflorestamento e vidros, com uma rampa espiral envolvendo todo o prédio até o topo, de onde se avista a cidade de Curitiba. A estrutura de madeira de 15m de altura tem balanços de 3m na estrutura que apoia a rampa helicoidal. O resultado é a perfeita integração entre arquitetura e natureza. A UNILIVRE tem por objetivo repassar conhecimentos sobre o meio ambiente à população em geral, sem ter como pré-requisito a educação formal ou informal, através de cursos regulares e eventuais. É um local específico onde as pessoas podem debater livremente a questão da ecologia e meio ambiente e, ao mesmo tempo, aprender sobre novos temas e práticas que visem aprimorar a qualidade de vida dos centros urbanos e prestar serviços de consultoria, pesquisa e projetos ambientais.

Outras atrações do bosque são a mata nativa em volta da pedreira, a passarela no túnel vegetal com 120m de extensão, que desemboca frente à pedreira e espelho d´água do lago, o auditório ao ar livre e o mirante, numa área de 37.000m2 . Este projeto é um exemplo a ser mostrado da possibilidade de se transformar um espaço degrado em um ambiente maravilhoso, através de um bom projeto de arquitetura original, integrada com a natureza, e pela beleza se transformou em ponto de visitação turística. É administrada por uma OSCIP.